É corriqueiro ouvir sobre “obrigações” nos Terreiros Umbandistas, entre seus adeptos e entre os assistidos, pois é um assunto importante.
Em primeiro lugar, NÃO existe “obrigação” na Umbanda; ninguém é obrigado a absolutamente nada! Exceto quanto ao respeito mútuo e à Lei de Umbanda, nada mais é obrigatório.
O que chamam de “obrigações” são, na verdade, COMPROMISSOS entre o adepto e as Energias da Natureza, nada além disso. Portanto, dentro da própria religião, utilizamos terminologias errôneas ou que levam a erro. E não se trata apenas desta questão; muitas outras palavras e expressões são mal utilizadas dentro da religião, levando a interpretações erradas da Missão Umbandista!
Na Umbanda, temos sete Linhas de Energia:
- 1ª Linha – Oxalá
- 2ª Linha – Oxosse
- 3ª Linha – Xangô
- 4ª Linha – Ogum
- 5ª Linha – Iemanjá
- 6ª Linha – Yori
- 7ª Linha – Yorimá
Não vou entrar neste momento na existência de outras centenas de Energias que chamamos de Orixás; aqui tratarei apenas das Linhas de Umbanda.
Conforme seu aprendizado e desenvolvimento, o adepto recebe de suas Entidades pedidos para que faça firmezas. Essas firmezas dizem respeito à energia do médium. Por exemplo: um filho de Oxosse fará sua firmeza na Mata, ponto de força deste Orixá; se for de Xangô, fará numa Pedreira; se for filho de Iemanjá, fará a firmeza no Mar, e assim por diante.
Mas nada disso é “obrigação”. O soberano dentro da Umbanda é o cumprimento da Lei Maior, que afirma que o Livre Arbítrio será respeitado em toda e qualquer situação. Portanto, não há que falarmos em obrigações. Ou se faz pelo Amor ou NÃO se faz, pois, mesmo que feito, não teria valor energético.
Para um filho de Umbanda, quando bem orientado quanto aos Fundamentos dentro da Casa que frequenta, é um momento de enorme alegria e prazer. É um momento de intimidade com a Energia Regente do seu Orí, como reencontrar alguém que amamos muito depois de um longo tempo de separação. É um encontro mágico, divino, que fortalece as raízes às quais pertencemos.
Ao que me consta, ninguém pode obrigar outros a encontrarem quem não se quer encontrar; não se pode e nem se deve fazer aos outros o que não queremos para nós.
Os Sacerdotes, de fato, jamais obrigam; eles orientam, explicam os motivos e deixam que o adepto decida se é o momento adequado ou não. Muitas vezes, dependendo da localidade em que se vive, é custoso se deslocar aos pontos naturais; nem todo mundo tem condições. A Corrente pode ajudar os Irmãos e Irmãs a irem (sem alarde, pois a caridade não precisa de anúncio), o que teria ainda mais valor para todos que a ela pertencem. A fraternidade se mostra com atos e não com panfletos.
Acauã Suankyara
01/10/2024 – 19h29