Um assunto muito discutido e de suma importância para o bom andamento da Religião Brasileira Umbanda.
É sabido que há uma grande liberdade para que cada Casa faça o desenvolvimento de sua Corrente conforme tenha aprendido ou queira fazer, mas alguns pontos devem ser preservados, se a Casa de fato for umbandista.
A Umbanda não utiliza “corte” de médiuns;
A Umbanda não tem a prática da “camarinha”;
A Umbanda não cobra para desenvolver médiuns.
Isso posto, a forma mais natural de desenvolver a mediunidade é PRATICANDO, e a forma mais segura para essa prática é dentro das Giras da Casa, onde as Entidades dirigentes estão “em Terra”, dando segurança e estabilidade energética para aqueles que ainda não tem controle de seus dons, para que possam, de fato, receber as influências energéticas de Entidades e não de obsessores ou de outros espíritos com objetivos negativos.
Há Casas que dedicam um dia e horário fora das Giras para o desenvolvimento, isso não é problema desde que a Entidade Chefe da Casa esteja “em Terra” para dirigir a prática ou, que tenha uma Entidade nomeada pela Entidade Chefe para tal papel, sendo de sua responsabilidade o andamento do desenvolvimento mediúnico.
As complicações possíveis num desenvolvimento mediúnico vão muito além do passar mal do iniciante, existe um sem número de problemas que podem advir de simples erros, ignorância e até má vontade por parte daqueles que, encarnados, estão à frente do desenvolvimento.
Lidam naqueles momentos com uma intrincada Rede Energética tanto do médium, como da espiritualidade; a abertura mediúnica de um ser encarnado é como “destrancar um cofre” ou “tirar a senha de uma conta”, as possibilidades nestes momentos são incontáveis.
Digo isso não para assustar, mas apenas para alertar aos Irmãos Umbandistas que desenvolvimento mediúnico não é brincadeira e muito menos momento de “mostrar superioridade” ou “bancar o poderoso”, pois isso além de ser contra a Doutrina Umbandista, tem o risco de “abrir portais” para espíritos menos evoluídos que, por qualquer motivo que seja, tenham alguma “cobrança” que acreditam ter direito sobre o médium que está se desenvolvendo.
“Minha Casa tem firmezas” dirão alguns, mas não é só a sua Casa que tem força, as Trevas também têm…
Algum dos Irmãos pode afirmar, com certeza, que “nada deve”?
Qualquer momento de desequilíbrio em qualquer dos elos da Corrente pode se tornar um caos…
Na maioria das Casas que frequentei, o desenvolvimento é feito no final das Giras, com a Corrente Espiritual formando a Egrégora* necessária e sob supervisão da Entidade Dirigente da Casa; não só é mais “seguro” no meu ponto de vista, como também há a doação de energias aos médiuns iniciantes, facilitando MUITO a comunicação com seu Mentor, Guias, auxiliando tanto o médium como também a Entidade a “sintonizar” as frequências para que haja a interação entre as dimensões.
Acauã Suankyara
01/10/2024 – 16h36
*substantivo feminino, Força espiritual que resulta da soma das energias mentais, físicas e emocionais proveniente de duas ou mais pessoas reunidas em grupo. Etimologia (origem da palavra egrégora). Do grego egrêgorein; velar, vigiar.